quarta-feira, 7 de abril de 2010

Onde os eletrônicos vão morrer (e matar)

http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI112900-17579,00-ONDE+OS+ELETRONICOS+VAO+MORRER+E+MATAR.html

Ao se livrarem das suas toneladas de lixo eletrônico, os países desenvolvidos empurram para o Terceiro Mundo uma pilha que, na maioria dos casos, será manipulada sem proteção ou controle por famílias pobres, incluindo crianças. Além de intoxicar as pessoas, os resíduos acabam contaminando o ar, o solo e os veios de água
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A MONTANHA DE LIXO ELETRÔNICO NO MUNDO | A produção anual de dejetos deve triplicar nos próximos anos (em toneladas)
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BRASIL | A reciclagem eletrônica não chega a 1%, e uma das razões é a falta de leis. O que há é uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente obrigando as empresas a reciclar pilhas e baterias
DO QUE É FORMADO | PCs e celulares são as estrelas, mas a pilha de e-waste vai além
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PRODUÇÃO CASEIRA | Em vez de lixo importado, o problema é o gerado no próprio País
 
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E A PILHA SÓ CRESCE
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>>> Pelo menos 130 milhões de computadores são vendidos no mundo todos os anos 
>>> De 2005 a 2010, 1 bilhão de PCs serão descartados mundialmente
EM 2008 FORAM GERADAS 149,2 MIL TONELADAS DE LIXO ELETRÔNICO NO BRASIL
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POUCOS ESTADOS* POSSUEM PONTOS PARA A RECICLAGEM DE ELETRÔNICOS: (EM UNIDADES DE TRATAMENTO)
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NO FINAL DO ANO PASSADO, HAVIA 3,3 BILHÕES DE CELULARES EM OPERAÇÃO NO MUNDO 
Um para cada dois habitantes do planeta
COMPOSIÇÃO

Plásticos 30,2% 
Óxidos refratários 30,2% 
Cobre 20,1% 
Ferro 8,1% 
Lata 4% 
Alumínio 2% 
Níquel 2% 
Chumbo 2% 
Outros 1,4%

Campanha de reciclagem



Para ajudar a diminuir a poluição, a companhia de seguros Porto Seguro está lançando a Campanha de Reciclagem de Cartões Plásticos, Pilhas e Baterias. Depois de recolhidos e armazenados corretamente, esses materiais serão encaminhados a empresas especializadas em reprocessamento. Dos cartões plásticos e magnéticos serão retirados elementos para a fabricação de plástico, cimento e pavimentação. Das pilhas e baterias, sais e óxidos para a produção de materiais refratários. Quando jogados no lixo comum, cartões plásticos ou magnéticos, pilhas e baterias vão parar em aterros sanitários ou lixões a céu aberto, onde começam a se decompor, contaminando o meio ambiente. Os cartões são nocivos porque contém substâncias não biodegradáveis, como chips, tintas e tarjas magnéticas. Já as pilhas e baterias, por conterem metais pesados como mercúrio, chumbo, cádmio, níquel, entre outros. Esses elementos são altamente tóxicos e causam danos ao solo, águas, fauna e flora. Retire em uma sucursal Porto Seguro um minicoletor para depositar seus cartões plásticos ou magnéticos, pilhas e baterias usados. Ele é gratuito para qualquer pessoa.Sempre que puder, passe na sucursal e coloque o conteúdo nos displays de coleta.

Descarte das Pilhas

Pilhas e baterias são produtos que merecem cuidados especiais na hora de serem descartados, isto é, jogados ao lixo. Isto porque trazem substâncias tóxicas – metais – em sua composição.

Nas cidades onde há aterros sanitários, com sistemas de impermeabilização do solo, os metais tóxicos não causam danos ao meio ambiente.

Mas em muitas cidades brasileiras, o lixo ainda é depositado em lixões, que não têm qualquer sistema de impermeabilização. Assim, as substâncias tóxicas vão para o solo e contaminam os lençóis d’água subterrâneos.

A legislação brasileira proíbe o lançamento de pilhas e baterias "in natura" a céu aberto, tanto em áreas urbanas como rurais; queima a céu aberto ou em recipientes, instalações ou equipamentos não adequados, conforme legislação vigente; lançamento em corpos d'água, praias, manguezais, terrenos baldios, poços ou cacimbas, cavidades subterrâneas, em redes de drenagem de águas pluviais, esgotos, eletricidade ou telefone, mesmo que abandonadas, ou em áreas sujeitas à inundação.

Mas no Brasil ainda não há um sistema de recolhimento de pilhas e baterias, embora em alguns casos é esperado – por lei - que os fabricantes recebam o material descartado e encaminhado pelo consumidor.

Como proceder? De muitas formas!

Para começar, o consumidor consciente pode colaborar com a minimização dos impactos ambientais conhecendo um pouco mais a natureza dessa classe de produtos. A partir daí, fica mais fácil buscar a destinação final adequada para pilhas e baterias, dentro daquilo que é possível fazer no momento.
Agrupamos em três grupos os tipos de pilhas e baterias disponíveis no mercado:

Grupo 1
Zinco-manganês, alcalinas-manganês, lithium, lithium ion, zinco-ar, niquel metal, hidreto, pilhas e baterias botão ou miniatura.

Grupo 2
Chumbo ácido, de níquel cádmio e de óxido de mercúrio.

Grupo 3
Celular

JOGAR PILHA E BATERIA NO LIXO É CRIME

Pilhas e baterias são produtos que merecem cuidados especiais na hora de serem descartados, isto é, jogados ao lixo. Isto porque trazem substâncias tóxicas – metais – em sua composição.

A legislação brasileira proíbe o lançamento de pilhas e baterias "in natura" a céu aberto, tanto em áreas urbanas como rurais; queima a céu aberto ou em recipientes, instalações ou equipamentos não adequados, conforme legislação vigente; lançamento em corpos d'água, praias, manguezais, terrenos baldios, poços ou cacimbas, cavidades subterrâneas, em redes de drenagem de águas pluviais, esgotos, eletricidade ou telefone, mesmo que abandonadas, ou em áreas sujeitas à inundação.

FONTE: http://www.akatu.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm

Pilhas: Envenenamento Coletivo

O PRESENTE ARTIGO FOI ESCRITO EM 1999, NO ENTANTO NADA FOI FEITO ATÉ AGORA. SEGUIMOS ENVENENANDO A TUDO E TODOS.

Um veneno é lançado diariamente no meio ambiente por milhões de pessoas: pilhas e baterias de celulares, consumidos e descartados em escalas cada vez maiores. Uma pilha comum contém geralmente três metais pesados: zinco, chumbo e manganês, além de substâncias químicas perigosas como o cádmio, o cloreto de amônia e o negro de acetileno. A pilha de tipo alcalina contém também o mercúrio; esta é uma das substâncias mais tóxicas que se conhece e que há cinquenta anos contaminou a baía de Minamata no Japão, produzindo distúrbios neurológicos em milhares de pessoas, em pássaros e em gatos que se alimentaram de peixes que acumularam mercúrio nos seus organismos.

Em São Paulo são anualmente descartadas no meio ambiente 152 milhões de pilhas comuns e 40 milhões de pilhas alcalinas, segundo dados da Cetesb (a empresa paulista de saneamento ambiental), e cerca de 12 milhões de baterias de celular. Estas contêm lítio, níquel, cádmio e chumbo ácido. A soma é superior a 200 milhões de unidades a cada ano! No Rio de Janeiro a estimativa anual totaliza 90 milhões de unidades.

A maior parte dos metais pesados e substâncias químicas contidas nas pilhas e baterias de celulares entram nas cadeias alimentares e terminam acumuladas nos organismos das pessoas, produzindo vários tipos de contaminação. O destino convencional das pilhas e baterias são os aterros e as usinas de compostagem. Nos aterros, expostas ao sol e à chuva, as pilhas se oxidam e se rompem; os metais pesados atingem lençóis freáticos, córregos e riachos. Eles entram nas cadeias alimentares através da ingestão da água ou de produtos agrícolas irrigados com água contaminada.

Nas usinas de compostagem , a maior parte das pilhas é triturada junto com o lixo doméstico e o composto gira nos biodigestores liberando os metais pesados. O adubo resultante contamina o solo agrícola e até o leite das vacas que pastam em áreas que recebem esta adubação. O cádmio e o chumbo provocam disfunção renal e problemas pulmonares, mesmo em pequenas quantidades, o manganês e o mercúrio afetam o sistema neurológico e o cérebro, sendo que este último se acumula no organismo por toque ou inalação; o zinco e o cloreto de amônia atacam o pulmão.

Como nossas estatísticas de saúde são falhas, há milhares de casos de intoxicação de pessoas e de animais por estas substâncias sem que se tenha a menor idéia da dimensão do problema.

As pessoas compram pilhas para rádios, controles remotos, jogos, lanternas e simplesmente jogam no lixo, queimam, lançam em rios ou em terrenos baldios. Não têm informação de que se trata de lixo químico doméstico altamente perigoso. As crianças manuseiam pilhas oxidadas, pilhas velhas são guardadas em dispensas junto com alimentos ou remédios. Agricultores compram adubo orgânico e não imaginam que ele possa estar contaminados com os metais pesados das pilhas e de baterias de celular.

Um dos meios de enfrentar o problema é na mudança de tecnologia na própria produção. Isto significa substituir os componentes mais tóxicos (como o mercúrio ) ou reduzir substancialmente sua presença na composição das pilhas e baterias. Algumas empresas européias e americanas têm avançado nesta linha.

Outra linha é a da reciclagem. Nas pilhas comuns é possível reaproveitar a folha de flandres e o zinco, e das pilhas alcalinas pode-se recuperar potássio, sais de zinco e dióxido de manganês. Na Suíça estes processos estão bem desenvolvidos, com reaproveitamento de vários metais .

O mais importante é organizar a cadeia de coleta, envolvendo o comércio que vende pilhas, as telefônicas e empresas que vendem celulares e sobretudo os fabricantes de pilhas e baterias e seus representantes nas diversas cidades. As empresas de limpeza urbana têm um papel fundamental, organizando a coleta seletiva de pilhas e de baterias, mas como ficou demonstrado na experiência da Comlurb no Rio de Janeiro, o esforço será em vão se as escolas, igrejas, associações comerciais e de moradores não participarem. O que houve no Rio foi uma grande falta de informação e de articulação social. Cerca de 70% das 500 caixas verdes foram depredadas (a cultura da bandalha ) e o material recolhido em um ano foi ínfimo, menor do que três quilos por caixa (total anual).

Nossas leis federais e estaduais estabelecem o princípio do poluidor - pagador. Isto significa que quem gera o problema é também responsável por sua solução. As lojas, shoppings, representantes de telefônicas têm de ter caixas visíveis para receber pilhas e baterias, e destiná-los semanalmente para empresas produtoras e seus representantes .

O material não reciclado deverá ter o tratamento de lixo químico, com incineração específica com controle de gazes da combustão ou destinação final adequada em locais impermeabilizados e fiscalizados.

Esta é a campanha ecológica que pode e deve ter a maior participação da sociedade. Embora as empresas que produzem, vendem e anunciam tenham a maior responsabilidade, todos nós, por desconhecimento ou falta de opções, nos convertemos em poluidores do meio ambiente. É chegada a hora de agir. A Firjan e a Associação Comercial decidiram aderir à campanha, assim como o Viva Rio, a AMES e as secretarias estaduais de Educação e de Meio Ambiente. O Clube de Criação poderá conceber as peças de uma campanha mais ampla que supõe horário nobre da mídia televisiva. Educação ambiental é sobretudo mudança de comportamento. Que cada um faça a sua parte, como ensinou o querido Betinho. Bote pilha na reciclagem.

CARLOS MINC, doutor em economia regional por Paris I e professor adjunto da UFRJ é deputado estadual pelo PT - RJ.

ARMAZENE AS PILHAS EM UM PAPA PILHAS DE GARRAFA PET, MANTENHA FECHADO E LEVE-O A UM POSTO DE COLETA.