quarta-feira, 9 de junho de 2010

Levantamento sobre os Destinos das Pilhas.

Na Secretaria Municipal do Meio Ambiente, fui informada de que não existe nenhuma gerência de lixo eletrônico. A recomendação foi ligar para a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). A SLU orientou que levasse tudo a uma das Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes (URPV), lá seria o descarte correto.

Mas, chegando ao local, na barragem Santa Lúcia, vi que faria pouca diferença deixar ali ou na porta da minha casa. A zeladora do espaço conta que os colchões, móveis, podas de árvore e partes de computadores que abarrotam as quatro caçambas vão direto para o aterro sanitário. "A gente não faz separação porque não tem como fazer. Vai tudo para o mesmo lugar", diz.

Na Secretaria de Estado do Meio Ambiente, a indicação para o descarte do lixo eletrônico foi o Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR), órgão ligado à Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). Mas o centro não aceita nenhum tipo de sucata eletrônica, seja da população, de empresas ou do próprio poder público. Seu papel é ser um centro de apoio à gestão ambiental dos municípios.

A Asmare, associação de catadores de papel, recebe um grande volume de doações de eletrônicos, mas a pouca experiência, como admite a coordenadora de projetos Flávia Gonzaga, impede um aproveitamento maior do material. "Muita coisa se perde por falta de qualificação. Os computadores são desmontados sem a noção correta do que pode ser aproveitado. Mandamos para o aterro porque não sabemos o que fazer com o material", diz. Ela conta que a entidade tem recebido volumes cada vez maiores de eletrônicos. "Os galpões não estão preparados para isso. Se continuar dessa forma, vamos chegar ao caos".

Respostas. Susane Meyer, gestora do projeto de resíduos eletrônicos do CMRR, é bastante sincera ao ser perguntada para onde vai o lixo eletrônico produzido pelos mineiros. "Boa pergunta. Não existe um gerenciamento desse lixo. Geralmente, os sucateiros tiram o que tem algum valor e a parte perigosa é descartada em qualquer lugar ou vai se juntar ao resíduo urbano nos aterros".

O diretor de planejamento da SLU, Lucas Gariglio, justifica a falta de estrutura dizendo que o resíduo eletrônico ainda não é um problema para Belo Horizonte. "Ainda vai se tornar um problema, mas ainda não é algo que possa nos preocupar. Não há uma incidência significativa", explica. Gariglio também não vê problema em resíduos tóxicos irem para o aterro. "Uma bateria tem uma quantidade de chumbo muito pequena. O aterro é projetado para que essa contaminação não atinja o solo".

Nenhum comentário:

Postar um comentário